segunda-feira, 30 de abril de 2012

Abaixo-assinado on line pelo início do julgamento do “Mensalão” no STF


Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) devem debater na próxima quarta-feira,  dia 2 de maio, o formato do julgamento do processo do “mensalão”. Está na pauta da sessão uma questão de ordem proposta pelo relator do caso, Joaquim Barbosa, para que os ministros discutam o assunto.
A ação penal apura a responsabilidade de 38 réus no suposto esquema de compra de apoio político. Para que a ação entre na pauta de julgamentos, falta somente a liberação do processo pelo ministro revisor, Ricardo Lewandowski.
Ainda não há data prevista para que Lewandowski termine a revisão, mas ministros já discutem mudanças na rotina do tribunal para julgar o caso. O risco de prescrição, o número de réus, que terão uma hora cada para se defender, as 600 testemunhas ouvidas e a complexidade dos fatos narrados nos autos vão exigir uma força-tarefa para que o julgamento ocorra antes do período eleitoral.
Considerado o mais complexo caso já analisado pelo Supremo, a ação penal do mensalão deve levar de três a quatro semanas para ser julgada, na avaliação de ministros.
De acordo com o regimento interno da Corte, o advogado de cada um dos 38 réus terá uma hora para apresentar sua defesa no plenário. O texto também prevê uma hora para o procurador-geral da República, autor da denúncia do mensalão. 
Encontra-se disponível para assinatura o abaixo-assinado que cobra agilidade no julgamento evitando com isto a prescrição do processo. O abaixo assinado pode ser acessado no sitio: http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N22495

O perigo das hidrelétricas: sinal vermelho para o aproveitamento de nossas hidrovias


O economista e amigo Ramiro Nazaré, um dos maiores especialistas da região em termos de infraestrutura e logística, me mandou um e-mail indignado com a morosidade da discussão acerca das eclusas nos barramentos destinados a construção de hidrelétricas na Amazônia. E dou a ele total razão!  
Até 2018 o Governo Federal prevê a existência de 21 hidrelétricas na Amazônia Legal. Somente no estado do Pará estão previstas mais 11 usinas além de Belo Monte. A Amazônia possui a maior bacia hidrográfica do planeta e extensos rios navegáveis, que se houvesse visão estratégica governamental, em todos os níveis de governo, seriam priorizadas em termos de logística e integração. Não há dúvida que o modal hidroviário é mais econômico e viável na Amazônia e o montante de investimentos, comparativamente a outras ações em andamento, é modesto. Algo inferior a 10 bilhões de reais.
Em minha opinião é um crime o barramento de um rio para a construção de uma hidrelétrica sem a construção de eclusas. Esta é uma ação que deveria estar presente em todas as obras como parte dos condicionantes básicos dos empreendimentos. Curiosamente não vemos os nossos gestores e nem nossos representantes tocarem neste assunto. Quando o fazem, fazem com grande timidez. Uma pergunta que sempre me faço, com tamanha dádiva divina (os rios) por que a insistência em priorizar o modal rodoviário? Além do elevado custo de construção das rodovias, estimado em mais de 6 milhões de reais o quilômetro, há um permanente custo de manutenção! Quem se atreve a sugerir uma resposta?

Banco da Amazônia poderá ser incorporado ao Banco do Brasil


Corre notícia oficiosa de que está ganhando força o movimento de incorporação do Banco da Amazônia (BASA) pelo Banco do Brasil. Na última sexta-feira participei de reunião com os representantes da Associação dos Empregados do BASA (Aeba), com representante do Sindicato dos Servidores do Banco, com o Presidente do Conselho Regional de Economia, o economista Antonio Ximenes, e com o Deputado Federal Arnaldo Jordy. Como encaminhamento da reunião foi deliberado à realização de uma audiência pública na Câmara Federal sobre o tema e a realização de um seminário em Belém do Pará para esclarecer o assunto.
A sociedade paraense a os amazônidas não podem deixar isto acontecer. Podemos ter inúmeras críticas quanto ao funcionamento do BASA que hoje vive uma séria crise de identidade, não funcionado adequadamente como instituição de fomento ao desenvolvimento da região. Mas o fato do BASA não conseguir executar com eficiência a sua missão não quer dizer que devamos aceitar a sua incorporação por um Banco que apesar de público funciona pela lógica de mercado do sistema financeiro. Este fato é consequência sem dúvida de uma falta de visão estratégica do país para a Amazônia, da falta de uma visão crítica sobre si mesma da sociedade amazônica e da falta de visão estratégica como instituição de fomento ao desenvolvimento do BASA. Para o bem da Amazônia o BASA não deve ser incorporado pelo Banco do Brasil e sim ter um choque de gestão capaz de reposicionar a sua visão estratégica ante aos desafios de desenvolvimento da Amazônia!

Igreja CEIA realiza campanha de doação de sangue


A Comunidade Evangélica Integrada da Amazônia (CEIA) deu um exemplo de cidadania na manhã do último sábado dia 28 de abril quando mais de 100 membros da igreja participaram de uma campanha de doação voluntária de sangue para o Hemopa. A CEIA exercitou a sua responsabilidade social e mostrou que as igrejas evangélicas podem desenvolver um papel social fundamental em nossa sociedade. Parabéns a CEIA pela iniciativa! Tenho orgulho de ser membro de uma igreja com uma visão diferenciada!


Para maiores informações sobre a CEIA acesse: http://www.ceia.org.br/






Culto de jovens da Igreja Batista da Pratinha



Foto tirada na noite do último sábado após o culto de jovens da Igreja Batista da Pratinha. Na ocasião tive o privilégio de ministrar para a juventude da igreja. Na foto estão o Pastor Fábio Guimarães e sua esposa Jane, Caio Bentes do Movimento Alfa e Ômega e a minha esposa Carolina Arruda. Na próxima quarta vou ministrar novamente no culto da igreja sobre "Educação financeira: Princípios bíblicos para o sucesso pessoal!”

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Sérgio Bitar e Fabrízio Guaglianone assumem ACP e CONJOVE


Aconteceu na noite de ontem, dia 26 de abril, a posse da diretoria da Associação Comercial do Pará (ACP), do Conselho de Jovens Empresários (Conjove) e do Conselho da Mulher Empresária (CME) para o biênio 2012/2014. Os empresários Sérgio Bitar e Suely Menezes foram empossados respectivamente para a ACP e para o CME.
O empresário Sérgio Bitar vem comandando um processo de modernização da ACP que hoje ocupa papel de destaque nas discussões sobre o desenvolvimento do estado do Pará. Sérgio Bitar e a ACP foram importantes baluartes na luta pela integridade física do estado do Pará ano passado.
O jovem empresário Fabrízio Guaglianone foi reconduzido para a Presidência do Conjove. O empresário Fernando Severino assumiu a 1ª Vice Presidências e o empresário Leonardo Daher a 2ª Vice Presidência. O empresário Renato Cortez assumiu o cargo de Diretor Secretário.
O Conjove vem se destacando pelas diversas atividades realizadas em prol do desenvolvimento empresarial no estado do Pará, com destaque para o Feirão do Imposto e a luta contra a elevada carga tributária do país, a realização do Líder Norte e as atividades em favor do desenvolvimento do empreendedorismo no estado, dentre outras. Destaco ainda a participação do Conjove na luta contra a divisão do estado do Pará.
Parabéns a nova diretoria empossada. Tenho certeza do sucesso desta gestão.

Para maiores informações sobre as ações da ACP acesse: http://www.acp.com.br/

Para maiores informações sobre as ações do Conjove acesse: http://www.conjove.com.br



Artigo: Conversando sobre Ecoeconomia


Por Marcus Eduardo de Oliveira (*)


A discussão em torno da necessidade de se obter a qualquer custo elevadas taxas de crescimento econômico tem propiciado cada vez mais a aproximação entre a reflexão econômica e a ecológica. No passado, essa relação sempre se manteve distante, em tom nada amistoso, o que provocava, por conseguinte, o aguçamento dos lados conflituosos. Parte considerável desse antagonismo residia, especialmente, em torno da problemática do crescimento da economia versus exploração de recursos naturais. Visto por outro prisma, estamos nos referindo ao conflito entre as Leis da Economia (que objetivam o crescimento da atividade produtiva) versus as Leis na Natureza (que determinam o quanto de recursos estão disponíveis para se atingir esse crescimento). 
No calor desse debate que ainda se mantém vivo nos dias atuais, as divergências acirraram-se quando se busca estipular parâmetros para o desenvolvimento de uma economia mais verde que seja, caracteristicamente, mais respeitosa em relação ao meio ambiente. De um lado, há os que defendem um crescimento da economia a qualquer custo, vendo nisso a saída mais rápida para atenuar os graves problemas de ordem social. Do outro lado, há os que clamam pela interrupção imediata de uma taxa de crescimento que tem gerado mais passivo ambiental que proporcionado melhorias coletivas.
O lado bom dessa discussão é que inevitavelmente algumas verdades sempre vêem à tona. Uma delas, por exemplo, aponta que a atividade econômica, na voracidade de produzir mais, enaltecendo assim apenas o lado quantitativo do processo produtivo com o intuito único em atender aos ditames do mercado, sempre se posicionou de forma extremamente agressiva no ato de extrair recursos da natureza. O resultado disso é o total desequilíbrio ecológico que temos presenciado. Fora isso, a “agressão econômica” sobre o meio ambiente continua durante todo o processo produtivo e, principalmente, após o consumo final “soltando” resíduos que também vão diretamente agredir o planeta Terra.
Ademais, essas “verdades” não param por aí. Dessa dialética entre economistas pró desenvolvimento e ecologistas pró preservação, há que se firmar a irretocável veracidade de outro assunto: não há mais espaço físico – nem condições - para se fixar metas de crescimento exponencial. Os recursos para tal desejo são, por definição, finitos. Assim como a própria biosfera também é finita, limitada e hermeticamente fechada. Ou seja, em curtas palavras, não aumentará de tamanho. Qualquer tentativa de ir contra essa verdade é, em essência, potencialmente geradora de passivos ambientais.
Vejamos então que esse debate além de ser interessante é revestido de tom polêmico. Para aguçarmos ainda mais esse debate, essa polêmica propriamente dita, apresentamos a seguir, em forma de apontamentos, algumas considerações sobre essa questão que, na essência, vamos aqui chamar de Ecoeconomia, resgatando assim uma expressão definida e consagrada pela primeira vez por Lester Brown. Essa Ecoeconomia visa, na prática, reconhecer que a Economia não pode ser pensada sem o auxílio da Ecologia. E mais: definitivamente a economia precisa se reconhecer como sendo um subsistema de algo maior que é o meio ambiente. Clóvis Cavalcanti, um dos economistas brasileiros mais comprometidos com a defesa da economia ecológica pondera que “...não se trata de aceitar um dogma de fé, mas de reconhecer inquestionável evidência: não existe sociedade (e economia) sem sistema ecológico, mas pode haver meio ambiente sem sociedade (e economia).”
Dito isso, vamos a alguns apontamentos que realçam essa relação entre o pensamento econômico em conjunto ao pensamento ecológico:
* Pelo menos desde o Neolítico (12.000 anos a.C.) todas as sociedades históricas consomem de forma crescente energias da natureza;
* A partir dessa constatação faz-se necessário conciliar a Economia com o Meio Ambiente, tendo em vista que tudo, absolutamente tudo, vem da natureza. Não é mais possível que os economistas (em especial os acadêmicos de cunho tradicionalista) continuem a ignorar essa realidade. A Economia precisa estar em fina sintonia com a Ecologia. 
* O fato mais grave, no entanto, é que a teoria econômica tradicional propõe o crescimento econômico sem limites, de forma exponencial e ininterrupto, a qualquer custo, e esquece, nesse pormenor, que a biosfera é finita, limitada e não aumentará de tamanho. Nesse sentido, é absolutamente ignorado pelas Leis da Economia o pressuposto básico que aponta para um crescimento econômico que feito à revelia somente será capaz de produzir passivo ambiental. Essa questão é simples: não há espaço para todos; muito menos há recursos disponíveis para transformar a Terra num “Éden” como querem alguns. Assim, definitivamente a Terra não pode produzir tudo àquilo que a sanha consumista deseja;
* Gandhi, um dos seres mais Iluminados que habitou o planeta Terra, a esse respeito profetizou que: “A Terra é suficiente para todos, mas não para os consumistas”; 
* Entretanto, de forma estúpida, irracional e pouco inteligente, a Economia não é mais entendida como gestão racional da escassez, mas sim como a ciência capaz de crescer exponencialmente, sendo que esse crescimento irá na opinião de alguns curar todas as enfermidades do mundo.

Dessa forma, o que temos pela frente?
De um lado, temos um “crescimento” das necessidades das pessoas que vão se avolumando mais e mais, fruto de uma conta matemática que chega a ser assustadora: descontadas as mortes, temos a cada dia 200 mil novas almas nascendo em partes diferentes do mundo. Ao ano, são mais de 70 milhões de novos habitantes no planeta Terra.
Mesmo assim, dizem os inconseqüentes (em especial os economistas acadêmicos pouco sensíveis aos problemas ambientais), que o mais importante é crescer, aumentando a produção para atender toda essa gente que está chegando ao planeta Terra. Apenas a título de ilustração cabe apontar que em apenas 50 anos, de 1950 a 2000, o PIB mundial saltou de 6 trilhões de dólares para 43 trilhões. Portanto, aumentou sete vezes de tamanho. E a população, como se comportou ao longo do tempo? Em 1900, havia 1,5 bilhão de pessoas no mundo. Hoje, 111 anos depois, dividimos o mesmo espaço no planeta Terra com 6,7 bilhões de pessoas.
Dessa forma, cremos ser necessário pôr fim à idéia de um crescimento econômico exponencial por dois singelos motivos: 1°) Esse crescimento não eliminará todos os males sociais e econômicos do mundo; 2°) Os limites para tal crescimento são dados pelos recursos finitos da natureza.
Ora, diante dessa realidade inelutável, é possível concluir que a Ciência Econômica desde seu nascedouro, se encontra anos-luz de distância e totalmente “desconectada” da realidade ambiental e, além disso, essa mesma ciência econômica não percebe os riscos que a insistência num crescimento sem respeito à biosfera está provocando.
A Economia que aí está, praticada de forma livre, leve e solta pelas sociedades modernas e industrializadas, ainda não se deu conta que se trata apenas de um subsistema da natureza e que depende, substancialmente, dessa natureza para tudo – absolutamente para tudo.
Tudo é fruto da questão da natureza. Vejamos que até mesmo as estrelas são essenciais nessa história de uma íntima relação entre Economia, Meio Ambiente e a capacidade de assegurar a vida de todos nós, pois são as estrelas que convertem o hidrogênio em hélio e, da combinação deles provém o oxigênio, o carbono, o fósforo e o potássio, sem os quais não haveria os aminoácidos nem as proteínas que são elementos indispensáveis à vida.
No entanto, os “limites” ao crescimento econômico continuam sendo ignorados pela economia tradicional. Para o crescimento de qualquer economia é necessário matéria e energia. Acontece que o animal-homem não pode criar num piscar de olhos nem matéria nem energia.
Entretanto, infelizmente, o sistema econômico sempre viu a natureza e seus recursos como um mero objeto para ser transformado, explorado e sugado. Nunca, em momento algum, esse sistema que “regula” as atividades da economia que conduz, por sua vez, a busca por taxas de crescimento econômico imperfeitos, falhos e destruidores, olhou para a natureza como algo a ser cuidado e protegido. A lógica mercadológica que prevalece é a de sempre: exploração.
Diante disso, é possível afirmar que enquanto as Leis da Economia continuarem ignorando por completo as Leis da Natureza, o nosso futuro estará a cada segundo que passa mais comprometido, expondo, por conseqüência, todos nós em sério risco.
Convém lembrarmos que não é a Terra que entrará em extinção com o desajuste entre a atividade produtiva e o sistema ambiental; somos nós que entraremos em “conflito”. Quem então está condenado? A Terra? Não, nós – a nossa espécie.
De toda sorte, urge entendermos que é necessário trocar o crescimento (quantidade) por desenvolvimento (qualidade), sempre olhando atentamente para o equilíbrio ecológico.
A continuar do jeito que está, com as coisas sendo feitas à revelia do equilíbrio ecológico, priorizando apenas os mecanismos de mercado que clama por mais lucros, somente quando o colapso ambiental se fizer evidente para todos, talvez aí sim recordá-lo-emos das sábias palavras do cacique Seattle: “Quando a última árvore for abatida, quando o último rio for envenenado, quando o último peixe for capturado, somente então nos daremos conta de que não se pode comer dinheiro”.
Enquanto esse dia não chega que coloquemos desde já as mãos na cabeça para refletirmos sobre o que estamos fazendo a nós mesmos! E que dessa reflexão, encontremos as soluções necessárias para mudarmos a história que tem sido contada até hoje. A vida certamente nos agradecerá!
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(*) Economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO (São Paulo). Mestre pela USP em Integração da América Latina é especialista em Política Internacional pela FESP. Autor dos livros “Conversando sobre Economia” e “Pensando como um Economista”.


quinta-feira, 26 de abril de 2012

Artigo: PIB e bem estar


Por Fernando de Aquino Fonseca Neto (*)

A definição mais aceita de economia há muitas décadas seria de "ciência do bem-estar", o que já estabelece o seu objetivo mais consensual. Ao mesmo tempo, a estatística mais valorizada pelos economistas tem sido o Produto Interno Bruto (PIB), não faltando quem defenda as suas propriedades enquanto indicador de bem-estar. De fato, altos níveis de PIB per capita estão associados a padrões de vida mais satisfatórios para a população em geral, embora, em vários casos, como em grande parte dos países árabes, na Índia e no Brasil, os padrões de vida da maioria da população não cheguem a acompanhar os níveis de PIB per capita observados.
Contudo, se em termos de níveis essa associação com o bem-estar é deficiente, ela fica ainda maior quando se fala em termos de crescimento. O crescimento do PIB é apropriado por parcelas maiores ou menores da população, embora quanto maiores essas expansões, mais fácil para a política econômica disseminar os ganhos.
Mesmo assim, é inegável que uma mesma taxa de crescimento agregado possa gerar benefícios totalmente diferentes - pode se concentrar no aumento dos lucros dos bancos, na produção de bens de luxo com limitada geração de empregos, na produção de commodities intensivas em recursos naturais para o entesouramento de divisas ou se concentrar em obras de infraestrutura, na produção de bens de consumo popular com alta geração de empregos, na expansão da agricultura familiar. Quanto ao argumento de que é melhor esperar o bolo crescer, ou seja, sacrificar as gerações presentes em benefício das futuras, várias experiências nessa linha sequer garantiram as próprias promessas.
Certamente, os casos de níveis ou elevações de bem-estar mais restritos decorreriam de distribuições menos favoráveis da renda gerada. Sobre tal questão, são impressionantes os resultados relatados por André Lara Resende, em seu artigo "Desigualdade e Bem-Estar", publicado neste jornal, no caderno Eu & Fim de Semana, em 27.01.2011: "O ponto crucial do argumento é que, independentemente do nível de renda, a pobreza relativa contribui para a perda de bem-estar. (...) A evidência dos estudos feitos nas últimas décadas, em universidades e institutos de pesquisa por toda parte no mundo, sugere que todos os possíveis indicadores de bem-estar, sejam relativos tanto à saúde, física e mental, quanto a questões sociais, como delinquência juvenil, gravidez adolescente, desempenho escolar, criminalidade, entre muitos outros, estão invariavelmente correlacionados com o nível de desigualdade social".
O próprio autor reconhece que "não há como pretender declarar vitória incontestável, com base exclusivamente na evidência empírica". De qualquer modo, não se pode desprezar essas evidências de que as desigualdades importam, sobretudo nos níveis que persistem no Brasil, para quaisquer fluxos absolutos de renda. Por outro lado, fatores como justiça, meritocracia e estímulos à eficiência, que dependem, em grande medida, de resultados de escolhas, habilidades e empenhos individuais, não podem ser negligenciados.
Assim, em função das dificuldades de se identificar um padrão de distribuição de renda adequado, partiu-se para indicadores mais diretos de bem-estar. Nessa linha despontou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), contemplando as dimensões de renda, saúde e educação. Observe-se que o IDH, ainda que mais abrangente que o PIB per capita como indicador de bem-estar, na dimensão renda permanece sem considerar a sua distribuição, e na dimensão educação não é sensível à sua qualidade, considerando apenas os anos de estudo.
A ênfase na distribuição de oportunidades, em detrimento da distribuição de resultados, mantendo-se uma rede de proteção social mínima, vem obtendo crescente aceitação no debate público. Nesse sentido, indicadores que revelem a geração de oportunidades seriam bastante proveitosos.
Mesmo expressando também resultados, os candidatos mais adequados no país hoje seriam os empregos formais, compilados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em suas bases de dados da Rais e do Cadastro geral de Empregados e Desempregados (Caged), recentemente harmonizadas. Tais bases permitem a montagem de séries mensais de empregos regidos pela CLT, com dados censitários, abrangência nacional e possibilidade de diversas aberturas, geográficas, setoriais e outras.
Não se trata, contudo, de menosprezar a busca pelo crescimento do PIB, que deve ser um objetivo prioritário, mas por meio da viabilização e estímulo aos investimentos, tanto em capital físico quanto humano. Para tanto, seriam condições necessárias mercados, instituições e disponibilidade de recursos, locais ou importáveis, satisfatórios para iniciar o processo. Entretanto, importa ressaltar que, mesmo tais condições não garantiriam fluxos vigorosos e duradouros de investimentos. Fator crucial seria empreendedores dispostos a enfrentar as incertezas dos retornos futuros, ainda maiores em um país com peculiaridades que podem fazer a diferença, positiva ou negativamente. Vale ponderar, também, que políticas públicas que visem apenas incrementar a agregação de valor em sua geração, mesmo pretendendo redistribuí-lo por meio de políticas adicionais em um segundo momento, correm o risco de não lograr essa pretendida disseminação de bem-estar, o que levaria a um processo de "indianização" da economia brasileira.
Políticas macroeconômicas que resultem em crescimentos da demanda agregada superiores à capacidade produtiva corrente favorecem a elevação e descontrole da inflação, que é, ao mesmo tempo, um imposto regressivo e um inibidor do crédito ao consumidor e dos investimentos. Portanto, se o objetivo final é, de fato, a maximização do bem-estar, o mais sensato seria ajustar a demanda agregada aos níveis de utilização adequados da capacidade produtiva, observada ainda a redução das desigualdades, ao menos para o caso do Brasil, assim como a sustentabilidade ambiental, procurando gerar o máximo de empregos de melhor qualidade, como os formais, tanto imediatos quanto oriundos de desdobramentos de cadeias produtivas com tal potencialidade.
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(*) Doutor em Economia pela UnB e analista do Banco Central (BC). É vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

EDITAL PARA PROVA DE PROFESSOR DE CARREIRA NA UFPA


Estão abertas as inscrições para dois editais (85/2012 e 86/2012) de concurso público para o cargo de Professor da Carreira do Magistério Superior, para o quadro permanente da Universidade Federal do Pará (UFPA). Os interessados devem se inscrever apenas pela internet. A Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal (Progep) e o Centro de Processos Seletivos (Ceps) serão responsáveis pela coordenação dos concursos.
O Edital 85/2012 prevê o preenchimento de 22 vagas, distribuídas no Campus de Belém, no Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas, Instituto de Letras e Comunicação, Instituto de Ciências da Saúde, Instituto de Ciências Jurídicas, Instituto de Ciências da Arte, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Instituto de Educação e Instituto de Geociências, e nos Campi Universitários de Abaetetuba, Altamira, Breves, Castanhal e Marabá.
No concurso, haverá três classes de docentes disponíveis: adjunto, assistente e auxiliar. Caso não haja candidatos inscritos para a classe adjunto, abrirá inscrição para a classe assistente e, se persistir o caso, será aberta a inscrição para a classe auxiliar. A prova será realizada em quatro etapas: escrita, didática, memorial e julgamento de títulos.
A inscrição será, exclusivamente, via internet, no endereço eletrônico www.ceps.ufpa.br. Para a classe adjunto, o período para se inscrever será de 23 de abril a 16 de maio; para a classe assistente, de 21 de maio a 14 de junho; e para a classe auxiliar, do dia 20 de junho até o dia 16 de julho.
No Edital 86/2012, o concurso será para o preenchimento de uma vaga para professor assistente, para o Campus de Altamira, e três para o Campus de Castanhal, nas seguintes áreas: Didática e Prática de Ensino em Ciências e Biologia, Ensino de Língua e Literaturas Hispanófonas e Ensino de Língua e Linguística.
O candidato deverá fazer sua inscrição no site do Ceps, até as 18h do dia 16 de maio, com a taxa de inscrição no valor de R$ 85,00. Caso não haja inscritos na classe  assistente, as inscrições serão reabertas, de 21 de maio a 14 de junho, para a classe auxiliar, com taxa de R$ 65,00.
Para a servidora da Progep Walquíria Almeida, “estes concursos são uma grande oportunidade para profissionais que pretendem fazer parte do quadro efetivo de docentes da UFPA.” Ela ressalta que as vagas abertas, em sua maioria, são provenientes de vacâncias, ou seja, originárias de aposentadorias ou exonerações de servidores da UFPA.

Serviço:

Inscrições para os editais 085/2012 e 086/2012 referentes a concurso público para cargo de Professor da Carreira do Magistério Superior da UFPA

Edital 85/2012 - Inscrições: Para a classe adjunto, o período de inscrição será de 23 de abril a 16 de maio; para a classe assistente, do dia 21 de maio ao dia 14 de junho; e para a classe auxiliar, do dia 20 de junho ao dia 16 de julho.

Edital 86/2012 - Inscrições: Para a classe assistente, será do dia 23 de abril até as 18h do dia 16 de maio, com a taxa de inscrição de R$ 85,00. Caso não haja inscritos na classe assistente, serão reabertas as inscrições, de 21 de maio a 14 de junho, para a classe auxiliar, com taxa de R$ 65,00.

Inscrições no site do Ceps: www.ceps.ufpa.br.