terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Qualquer projeto de transformação social precisa assentar-se na formação política, na educação e em uma mudança comportamental


Vivemos atualmente no Brasil um período de amadurecimento democrático. Após a abertura política com a natural ânsia por avanços democráticos e sociais, espelhados na Constituição de 1988 – a Constituição Cidadã – vivemos um período de questionamento de nossas instituições políticas com a reivindicação por uma ampla reforma política sendo expressão disto. Contudo, é também expressão de uma sociedade democrática que garante ao cidadão liberdade de expressão.
Não há dúvida de que ainda não alcançamos no Brasil o Estado Democrático de Direito em sua plenitude. Muitos ainda não têm o seu direito a dignidade minimamente respeitados, expressão de uma sociedade que se caracteriza pela extrema desigualdade social e regional. Porém, temos o direito à liberdade de expressão. Lamentavelmente o nosso povo ainda não compreendeu a dimensão desta conquista.
Ao lado da liberdade de expressão está a possibilidade do cidadão exercer o seu controle social sobre as políticas públicas e sobre os políticos. Creio que só existem políticos corruptos e desvios de verbas públicas numa sociedade na qual o cidadão ainda não exerce o seu direito e o seu dever de fiscalizar os seus representantes. É muito fácil fazer transferência da responsabilidade dizendo que todo o político é ladrão. Ou permitindo no processo eleitoral práticas reprováveis de um modelo patrimonialista que perpetuam no poder a plutocracia que se nutre da “captura de renda” da administração pública, movendo-se por meio de lobbies, do financiamento “escuso” de campanhas e da compra de votos. Não tenho dúvida de que a nossa classe política é um mero espelho de grande parte de nossa sociedade. Se queremos realmente mudança na política de nosso país temos que começar mudando a nossa prática no envolvimento com a coisa pública. Neste sentido, não exercer o controle social, por exemplo, é no mínimo negligência.   
Todo cidadão esclarecido sabe da importância da construção de um projeto de sociedade alternativo, mas isto somente pode acontecer com a ampla participação da população no jogo político por meio do controle social. Para mim, a tão propalada radicalização da democracia somente acontecerá no momento em que o cidadão comum começar a participar dos múltiplos fóruns sociais com vistas a exercer o seu controle social sobre a gestão pública. Para alguns, isto parece óbvio, mas para outros, nem tanto!
Hoje tenho clareza de que este é um processo educacional, e como tal de médio e longo prazo. Ademais, não basta somente educar, é preciso formar cidadão, e neste ponto é questão sine qua non a formação política, que apresente ao educando os seus direitos e os seus deveres. Neste desiderato não basta nutrir o educando de conhecimento instruindo ele a reproduzir paradigmas. Ele precisa ter condições de ter a sua própria leitura, compreendendo as contradições sociais, questionando as “verdades aparentes” e construindo paradigmas alternativos. Ou seja, não podemos educar apenas para reproduzir o status quo, mas precisamos educar para, inclusive, questionar o status quo social prevalecente, pensando em mudanças sociais estruturantes. Somente assim o educando se tornará senhor de sua história e agende da construção de uma nova trajetória histórica. Somente assim formaremos verdadeiros educadores e cidadão. Somente assim, mudaremos a cultura prevalecente e construiremos efetivamente um Estado Democrático e de Direito. 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Economista Valdir Matias Júnior assume a Secretaria de Planejamento do Município de Santarém


Soube no dia de ontem que o economista Valdir Matias Júnior assumiu a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento do Município de Santarém. Confesso que fiquei feliz com a notícia dado que o economista além de ser um amigo pessoal é uma pessoa preparada, que sempre pautou a sua vida na busca de melhorias da condição de vida de sua cidade natal e pela probidade na utilização dos recursos públicos.
Tive o privilégio de ter estudado com ele e juntos participamos do movimento estudantil na UFPA. No auge do aparelhamento político partidário dos Centros Acadêmicos da UFPA montamos uma chapa plural e independente e ganhamos a eleição para o Centro Acadêmico de Economia (CAECON). De início mudamos o regimento do CAECON acabando com a estrutura verticalizada e com a figura do Presidente. Implantamos uma gestão colegiada, eu virei Coordenador Geral e o Valdir Coordenador Financeiro, mas todas as nossas ações eram discutidas de forma colegiada. Montamos um coletivo democrático e unido em prol dos estudantes de economia. Este coletivo organizou no ano de 1998 o Encontro Nacional de Estudantes de Economia em Belém (ENECO), que se tornou um marco para toda uma geração.
Após a nossa formatura seguirmos caminhos diferentes, eu fui em busca de uma carreira acadêmica, procurando fazer mestrado e depois doutorado, e o Valdir Matias retornou para Santarém onde passou a integrar o quadro docente do Curso de Economia da Faculdade Integrada do Tapajós (FIT). Logo após, tivemos a grata surpresa de saber que o Valdir havia se candidatado a vereador pelo PV e que havia sido eleito. Desde então, acompanho a distância a sua trajetória e sempre que possível mantemos contato. Foi depois disto reeleito por duas oportunidades para a Câmara de Vereadores do Município de Santarém e agora assume o cargo de Secretário de Planejamento e Desenvolvimento de Santarém. Parabenizo ao Valdir Matias Júnior pela nomeação e ao povo de Santarém que terá a frente desta Secretaria um economista competente, ético, probo e que acima de tudo sempre lutou pelo desenvolvimento de Santarém e do Oeste do Pará. 



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Caravana para o Congresso Brasileiro de Economistas 2013


Neste ano de 2013 o XX Congresso Brasileiro de Economia acontecerá no período de 04 a 07 de Setembro na cidade de Manaus. Além de mesas redondas, cursos e palestras haverá a realização da III Gincana Nacional de Economia, atividade voltada para os acadêmicos de economia, que por meio de um jogo com simulações computadorizadas de variáveis macroeconômicas estimula a aplicação do conhecimento teórico na análise de políticas econômicas em situações hipotéticas de conjuntura macroeconômica.
Considero esta uma oportunidade ímpar para o amadurecimento acadêmico dos alunos de graduação, consolidando conhecimentos discutidos em sala de aula, e proporcionando oportunidade para interação com estudantes de economia de outros estados.
Neste sentido, com o objetivo de incentivar a participação dos estudantes de economia do estado do Pará, solicitei a organização do evento o provimento de alojamentos para os estudantes interessados. Hoje, o coordenador do evento, me confirmou que conseguiu alojamento na unidade do Exército Brasileiro de Manaus para 20 alunos do estado do Pará a uma taxa simbólica de R$ 20.
Desta forma, solicito aos alunos que tiverem interesse em participar do XX Congresso Brasileiro de Economia e da III Gincana Nacional de Economia que entrem em contato comigo para vermos a possibilidade de montarmos uma caravana.  

XIX Prêmio Brasil de Economia


Fui indicado por ocasião da 647ª Sessão Plenária Ordinária Ampliada do Conselho Federal de Economia (COFECON), realizada em Brasília no dia de hoje e que se estenderá até o dia de amanhã, para coordenar o XIX Prêmio Brasil de Economia. Fico honrado com a indicação para tão nobre missão e agradeço ao Presidente do COFECON Ermes Tadeu Zapelini e a coordenadora da Comissão de Educação do COFECON Celina Martins Ramalho pela confiança depositada.
O Prêmio Brasil de Economia é organizado pelo COFECON anualmente e premia os melhores trabalhos na área de economia realizados no Brasil nas seguintes categorias: monografia de graduação, dissertação de mestrado, tese de doutorado, artigo técnico/científico e livro de economia. 
Estamos trabalhando na montagem da comissão julgadora, a ser formada por Doutores em Economia com reconhecimento público, e em breve será lançado o edital do prêmio contendo as normas para participação e prazo de inscrição. Esperamos com isto estimular a produção técnica/científica na área da Ciência Econômica, que enseje aplicação mediante a transformação da sociedade brasileira.

O imbróglio do FPE/FPM


Ganha destaque nas discussões na Câmara Federal e no Senado a necessidade de se avançar no debate sobre o estabelecimento de novos critérios para repartição do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Tendo esgotado o prazo estabelecido pelo STF de 31 de dezembro de 2012, e com o novo prazo pactuado, de 6 meses, em andamento, o mês de Março será marcado pela efervescência deste debate.
Atualmente existe mais de 10 Projetos de Lei que tramitam nas duas casas, propondo novos critérios. Em que pese isto, este debate continua superficial no estado do Pará, faltando coesão e articulação de nossa bancada, que permita que o interesse da população do Pará fique acima das questões pessoais ou partidárias.
Se o estado do Pará não se engajar neste debate poderá amargar mais uma perda no já lesivo pacto federativo. Ganha força, para se ter uma ideia, a tese de que o novo critério priorize população, PIB e PIB per capita. Não precisa ser nenhum “gênio” para deduzir quem serão os vencedores e os derrotados neste processo. Assim, temo que mais uma vez fiquemos, após o “leite derramado”, chorando as agruras do já lesivo Pacto Federativo brasileiro para com o estado do Pará.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Alunos do Curso de Economia recebem destaque na ALEPA


A principal missão que temos como educadores é formar cidadãos críticos que não somente usem a ciência para interpretar e entender a realidade social. Mas que usem o vasto ferramental técnico-científico que aprendem nas universidades para alterarem a realidade de uma sociedade pautada pela desigualdade e exclusão social.
Sinto que a nossa missão como educadores está cumprida quando vejo que um movimento que nasceu em debates realizados na sala de aula do Curso de Economia da UFPA, rompe os muros da Universidade e começa a sacudir a sociedade paraense por meio da discussão de temas que são fundamentais para o desenvolvimento do estado do Pará.
Quando vejo que estes alunos estão exercendo efetivamente um papel de protagonista do debate sobre a trajetória de desenvolvimento do Pará sinto que ainda há esperança de mudarmos o nosso lastimável quadro social. Como tenho dito de forma recorrente, o maior desafio hoje para a economia do estado do Pará é superar o nosso imenso fosso social. 
Fico orgulhoso quando vejo que um movimento que nasce em uma sala de aula ecoa na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA). Parabenizo estes alunos pelo seu protagonismo. Vocês estão plantando a semente da esperança de um futuro diferente, melhor. Parabenizo de igual modo a ALEPA que por meio do Deputado Augusto Pantoja reverberou as inquietações postas por estes acadêmicos. Torço para que este seja apenas o início de um movimento que realmente leve a sociedade a se engajar nos temas que são fundamentais para o desenvolvimento do Pará. 



sábado, 16 de fevereiro de 2013

Cofecon realiza posse da presidência e conselheiros


O Conselho Federal de Economia realizará no dia 20 de fevereiro a solenidade de recondução do presidente Ermes Tadeu Zapelini e posse do vice-presidente Luiz Alberto de Souza Aranha Machado, ambos com mandato para o exercício de 2013. Serão empossados também os novos conselheiros federais, com mandato de três anos (2013 a 2015). A cerimônia terá lugar no Memorial JK, em Brasília, às 19:30 horas.
Zapelini é graduado em Economia pela UFSC (1967) e mestre pela UFRGS. Trabalhou na Controladoria Geral do Estado de Santa Catarina, Secretaria de Fazenda, Companhia de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina, foi Vogal da Junta Comercial do estado, presidente da Fundação de Estudos e Pesquisas Sócio-Econômicos e professor titular da UFSC, onde chefiou o Departamento de Economia e foi diretor do Centro Sócio-Econômico. Presidiu o Corecon-SC em 2000 e 2007 e o Cofecon em 2012.
Machado graduou-se em Economia pela Universidade Mackenzie (1977). Especializou-se em Desenvolvimento Latino Americano pela Boston University, em Criatividade pela Creative Education Foundation e em Aprendizagem Acelerada pela International Alliance for Learning. Também é master em Tecnologia Educacional pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), onde leciona História do Pensamento Econômico. É conselheiro do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial e da Fundação Brasil Criativo, além de vice-presidente do Instituto Liberal. Presidiu o Conselho Regional de Economia de São Paulo em 2000 e 2001.

Serviço
Posse da Presidência e dos novos
conselheiros do Cofecon

Data e hora
20 de fevereiro de 2013, às 19:30

Local
Memorial JK, Brasília
(Eixo Monumental, lado oeste da Praça do Cruzeiro)

Confirmação de presença
(61) 3208-1803 / (61) 3208-1822 / cofecon@cofecon.org.br

Presidente
Economista Ermes Tadeu Zapelini

Vice-Presidente
Economista Luiz Alberto de Souza Aranha Machado

Novos conselheiros efetivos
Economista Erivaldo Lopes do Vale
Economista Francisco Assunção e Silva
Economista José Luiz Amaral Machado
Economista Paulo Dantas da Costa
Economista Sebastião Demuner

Novos conselheiros Suplentes
Economista Airton Soares Costa
Economista Dilma Ribeiro de Sousa Pinheiro
Economista Edson Nogueira Fernandes Jr.
Economista Fábio José Ferreira da Silva
Economista José Emílio Zambom da Silva
Economista Vicente Ferrer Augusto Gonçalves

Movimento Nova Política funda partido político

         Hoje, sábado dia 16 de fevereiro de 2013, o Movimento Nova Política lança oficialmente um novo partido. Será o 31º partido político brasileiro que nasce tendo como uma de suas principais bandeiras a defesa da sustentabilidade. Muitas dúvidas pairam sobre este novo partido. Será este um movimento meramente eleitoreiro com vistas a sustentar a candidatura de Marina Silva para a Presidência da República em 2014? Será que este partido vai conseguir realmente mudar a cultura política brasileira ou irá sucumbir as práticas pragmáticas que contaminam todo e qualquer movimento bem intencionado? Somente o tempo irá responder satisfatoriamente esta resposta. Mas a construção de uma nova política envolve um processo educacional e de mudança cultural de médio e longo prazo que precisa alterar a forma de envolvimento político e eleitoral de grande parte da população brasileira. É uma mudança que precisa envolver as bases da sociedade e não somente ser conduzido por meia dúzia de esclarecidos. Tomara que este novo partido realmente faça a diferença em nossa política.  

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O significado das frases em trabalhos acadêmicos


Meu amigo Leonardo Lobato me encaminhou e compartilho para descontração. Tirando o exagero nos faz refletir sobre aquilo que escrevemos. Estamos realmente dizendo o que deveria ser dito em nossos trabalhos acadêmicos? Estamos sendo honestos com nossos leitores? Ou torturamos dados e forçamos conclusões?

Obs.: É lógico que nem todos que usam estes termos estão “enrolando” o leitor. Mas vale pela criatividade de quem elaborou esta figura!


A PALAVRA QUE DESARMA


Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Fazíamos o culto doméstico no dia 30 de janeiro. Usamos o livrete “Presente diário”, e a meditação era sobre Ana. Sempre lemos o texto designado, os textos auxiliares, e a meditação, antes de orarmos. Depois que li a oração de Ana (1Sm 1.9-18), Meacir disse que sempre se sentiu atraída pela resposta de Ana a Eli, quando este a julgou embriagada e a repreendeu. Ao invés de reagir com dureza (“Tá pensando o quê?” ou “Me respeita!”), ela, com humildade, falou a Eli sobre sua aflição. Eli ficou tão desarmado que a abençoou. E Ana ainda saiu agradecendo.
Não é sem razão que ela deu ao mundo um filho como Samuel. Mesmo vendo-o anualmente, apenas, ela o marcou. O perfil de Ana é encantador. Que modelo de caráter e de atitudes! Hoje há poucos crentes como Ana e muitos como Nabal, o grosseiro marido de Abigail, que morreu de ataque cardíaco (1Sm 25.36-37), depois de uma crise de grosseria e de, coloquialmente, “encher a cara”. Gente como Nabal, quando não mata com suas palavras, morre por elas.
Há muito bateu-levou em nosso meio. Como pastor, por vezes, tenho que conversar com pessoas e corrigi-las. Algumas agem como Ana. Uma parte fica como Nabal. Furiosa. Infelizmente, há mais crentes como Nabal que como Ana. Ela agiu com uma brandura (tinha razões para estrilar com Eli) que desarmou o sacerdote. Não é preciso ser rude quando se está certo. O pior são os que agem erradamente (alguns até anunciam isso) e se zangam se corrigidos: “Ninguém tem nada com a minha vida!”. Então não alardeie seu mau testemunho nem o poste no Face. Jesus foi duro com os que causam escândalos: “Ai do homem pelo qual vem o escândalo” (Mt 18.7).
Vivemos numa época em que as pessoas fogem de correção. Querem promessas. Afago no ego. Abisma-me ver o esforço de tantos por aplausos e sua busca de espaço nas comunidades cristãs. Querem ser admirados. Em uma igreja, uma solista se zangou porque o atual pastor não elogiava sua maviosa voz como o pastor anterior fazia, quando ela cantava.
O texto que lemos tratava da confiança em Deus, sem amargura. Mas vi outro ângulo: a classe de Ana em sua resposta. Uma mulher espiritual. Educada. Fina. Sabia como responder.
Passei o dia pensando na observação que Meacir fez. Sei que não foi indireta dela. Ela é tão Ana que nunca seria indelicada mesmo que obliquamente. Mas pedi a Deus que me torne uma pessoa como Ana, e não como Nabal.
Um cristão deve pedir sempre a Deus que dome seu temperamento e suas palavras. O mundo em geral e a igreja em particular precisam mais de pessoas com o jeito de Ana que de pessoas como Nabal e os filhos de Zebedeu que queriam fogo do céu para destruir os oponentes.

Que nossa palavra desarme e não aumente o fogo.