quarta-feira, 31 de julho de 2013

ALEPA deverá ter sede em local diferente



Muito se alardeou sobre a construção da nova sede da Assembleia Legislativa na Av. Doutor Freitas próximo ao Hangar. Contudo, muitos podem se surpreender com a notícia de que a sede da ALEPA não será mais naquele local. Articulações de bastidores estão acontecendo para que a nova sede da ALEPA seja construída no Entroncamento, numa área hoje destinada eventos festivos e feiras de exposições. Além da ALEPA poderão ser construídas neste mesma área a nova sede da Prefeitura de Belém e vários órgãos da administração direta estadual. Aguardemos!

Campanha nacional esquenta



O sinal amarelo piscou no Palácio do Planalto e no Partido dos Trabalhadores com a divulgação das ultimas pesquisas que apontam que o segundo turno será inevitável na eleição do ano que vem. Pelas ultimas pesquisas a atual Presidente, Dilma Rousseff, caso venha a ser candidata a reeleição iria enfrentar um segundo turno ou com Marina Silva (REDE) ou com Aécio Neves (PSDB), ambos em empate técnico. Surpreendente foi a estagnação do pré-candidato Eduardo Campos (PSB), tido anteriormente com a principal ameaça a reeleição de Dilma.

DUAS PORTAS – DOIS CAMINHOS



Isaltino Gomes Coelho Filho

“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e são muitos os que entram por ela; pois a porta é estreita, e o caminho que conduz à vida, apertado, e são poucos os que a encontram” (Mateus 7.13-14).
Os hebreus caracterizavam a vida como sendo uma caminhada. Para eles, viver era caminhar neste mundo. Aliás, o nome “hebreu” tem a ideia de “caminhante”. O primeiro homem chamado de “hebreu” foi Abraão (Gn 14.13) porque era peregrino, um caminhante.
O Salmo 1 trata disto: viver é escolher um caminho, sendo que, apesar de parecer serem vários, há apenas dois: um com Deus e outro sem ele. Estes dois caminhos têm características diferentes e as pessoas que andam por eles terminam em destinos diferentes. Os caminhos são escolhidos pela visão espiritual das pessoas. Os caminhos escolhidos acabam formatando o caminhante dentro de um estilo de vida. Ou seja: os caminhos são escolhidos pelos caminhantes como uma opção de vida e isso lhes confere certos traços de caráter. Viver é escolher um caminho por onde andar. E este caminho escolhido, seja o com Deus ou o sem Deus, deixará marcas em nossa vida e nos levará a destinos diferentes. O caminho define nosso destino final, mas antes disso, define nosso caráter.
Jesus usou esta figura de caminho em seu ensino, quando a aplicou a si, dizendo que ele era “o caminho” (Jo 14.6). E também aplicou a si figura de porta (Jo 10.9). Isto significa que segui-lo é fazer a escolha correta de vida. É como se ele dissesse: “Querem viver bem? Eu sou a escolha correta que vocês devem fazer!”.
No texto citado, ele usa as duas figuras em conjunto, porta e caminho. Portas guardam semelhança com caminhos. São lugares por onde as pessoas passam. E são opções que as pessoas fazem.
Há um caminho espaçoso e uma porta larga, diz ele. Serão as melhores escolhas? Para muita gente, quantidade é sinal de verdade. É assim que tantos dão crédito às pesquisas de opinião para tomarem decisões. Se há muita gente fazendo algo, esposando uma ideia, ou apoiando um movimento, então isso é o certo. Da mesma maneira, se há pouca gente, então é o errado.
Um pastor luterano contou que quando foi empossado no primeiro pastorado de uma igreja, aos 23 anos, havia apenas cinco pessoas no culto. Todas idosas, sendo que uma dormiu todo o tempo do culto. Do lado de fora, Hitler fazia uma passeata arrastando atrás de si 100.000 jovens alemães encantados com seu discurso político. Ele se perguntou: “Será que vale a pena o que estou fazendo?”. Aquele jovem se tornou um dos maiores pastores da Alemanha, sua igreja veio a ser uma das maiores do país, e Hitler arruinou a nação. Guarde isto: maioria não é sinal de verdade. Pressão de um grupo não torna algo lícito ou correto. Uma multidão a favor do aborto, do homossexualismo, ou de outras atitudes que a Bíblia rejeita não lhes tira o caráter de errado.
Não é verdade que “a voz do povo é a voz de Deus”. Se fosse assim, os linchamentos seriam moralmente corretos, e a lei seria desnecessária. A verdadeira voz de Deus está na Bíblia, que é a Palavra de Deus. A voz de uma multidão não é a verdade. A multidão gritava freneticamente em Jerusalém: “Crucifica-o! Crucifica-o!”. E estava errada.
Caminhos largos e espaçosos e portas largas e espaçosas podem ser mais cômodos, mais agradáveis, mas podem conduzir à ruína. Caminhos apertados e portas estreitas podem ser desconfortáveis, mas podem ser a opção correta. O ensino de Jesus nunca contará com mais seguidores que o caminho do erro. Porque Jesus oferece mais, mas faz exigências morais. As pessoas querem o mais, mas não querem freios. Querem um Jesus que as abençoe e as conduza mesmo com elas vivendo em pecado. Esse Jesus só existe na imaginação delas. O Jesus real, revelado no Novo Testamento, é o Salvador, é aquele que pode abençoar grandemente uma vida, mas não deve ser confundido com um papai Noel bonachão. É o Senhor, que nos chama a viver a vida de acordo com o seu caminho, e não de acordo com os nossos caminhos.
Quando você for pressionado a imitar os colegas e a abandonar seus padrões cristãos para não ser chamado de nerd, de fundamentalista ou seja lá o que for, lembre-se que o caminho da multidão nem sempre é o caminho de Jesus, que é o caminho certo. A porta larga, por onde entra todo mundo, e do jeito que quer, não é o caminho da vida, mas da morte. Não se encante com tantas “bandeiras” que você vai encontrar em sua vida, sob a alegação de serem bandeiras justas, democráticas ou libertárias. Muitas dessas bandeiras são, na realidade, mortalhas.
O caminho da verdade e da retidão, o caminho de Jesus é estreito porque pede abandono do pecado. As pessoas querem seguir o outro caminho e preferem a outra porta porque não querem deixar seus pecados. Não as siga. Vá pelo caminho estreito. Entre pela porta estreita. O caminho e a porta da minoria que quer Jesus e não aceita ser formatada pelo mundo.
Lembre-se bem disso: para seguir a Jesus é preciso ter coragem. Coragem de dizer não à voz da maioria, e coragem de querer a porta que parece insignificante. Seguir a Jesus não é para fracos, tipo “maria vai com as outras”. É não ceder ao pecado que a mídia mostra como normal, chamando quem não concorda com ela de “fanático”.
Por isso, siga pelo caminho estreito. E entre pela porta estreita. Você terá um bom caráter. E um futuro de glória.

Publicado originalmente na revista “Você”.

sábado, 27 de julho de 2013

OS SETE PECADOS CAPITAIS: A IRA



 Isaltino Gomes Coelho Filho

 Mira y López classificou a ira como “o gigante rubro”. Junto com o medo, o amor e o dever ela forma os Quatro gigantes da alma, título de sua obra clássica. Se o orgulho, que é o culto a si mesmo, encabeça a lista dos pecados, caminhando pari passu à ambição (“Sereis como Deus”), a ira é, cronologicamente, na Bíblia, o segundo pecado: “Caim ficou furioso” (Gn 4.5), e “Então, o Senhor perguntou a Caim: Por que te iraste?” (Gn 4.6). A ira está presente desde os albores da humanidade. E sempre com maus resultados.
A ira é o pecado que gera o assassinato (1Jo 3.15). Costuma-se dizer que ela é má conselheira, porque priva a pessoa da razão e a coloca sob o domínio dos instintos. A pessoa perde a noção de valores, de regras de conduta, e assume um comportamento ensandecido. A ordem de Saul para que Doegue matasse 85 sacerdotes e depois homens, mulheres, crianças, bebês e até os animais de Nobe, mostra como a ira enlouquece (2Sm 22.17-19). Este trágico episódio na vida de Saul deixa claro que a ira leva a pessoa a agir como animal descontrolado. Ela perde toda a sua racionalidade.
Sucedeu a mesma coisa com seu xará, no Novo Testamento. Atos 9.1 registra que Saulo “respirava” ameaças contra os discípulos de Jesus. O grego é empneo, cuja forma verbal pode levá-lo a ser traduzido, sem forçar a situação, como “bufava”, respiração típica do animal selvagem. Curiosamente, Jesus lhe afirmou que ele se comportava como animal, na expressão “recalcitrar contra os aguilhões” (At 26.14), a figura do boi que escoiceava o ferrão que o impelia no serviço. O zelo religioso de Saulo se transmutou em ira descontrolada (“cada vez mais enfurecido contra eles”, disse ele – At 26.11). Muito zelo religioso nada mais é que ódio, ira, fúria contra os discordantes. É “zelo, mas não com entendimento” (Rm 10.2). É uma advertência muito séria porque, em algumas ocasiões, a defesa da fé ou do que a pessoa julga ser a doutrina correta, é feita com ódio. Algumas apologias exsudam ira. Como disse alguém: “Nunca os homens fazem o mal com tanto entusiasmo como quando o fazem em nome de Deus”.
É triste, mas é verdade: temperamentos não controlados pelo Espírito (nada a ver com o livro homônimo – é que a expressão é correta) usam o evangelho como pretexto para dar vazão à sua carnalidade. A violência verbal desancando irmãos que pensam de maneira diferente não é santidade. É pecado. Lembra-me de um personagem de Umberto Eco, ironizando as querelas teológicas dos cristãos: “percebi quanto os cristãos podem se esfolar uns aos outros, por uma simples palavra” (Baudolino, p. 35). Certa vez, preguei em uma igreja e expendi um conceito que o pastor julgou ser arminiano.  Tornei-me, aos seus olhos, “cão pirento”, como se diz no Amapá.  Ele se recusou a me levar à saída, após o culto, e virou-me as costas quando fui cumprimentá-lo. Foi zeloso com sua doutrina, e iracundo no seu procedimento. Um exemplo da típica espiritualidade deformada, mas chamada, muitas vezes, de “ira santa”. O episódio de Jesus expulsando os vendilhões do templo é o trecho bíblico mais apreciado pelos santos iracundos e o eixo hermenêutico que dá suporte à sua postura.
A virtude que se antepõe à ira é a paciência. Que não deve ser confundida com resignação. O melhor termo para ela é makrothymia, uma extraordinária capacidade de suportar situações adversas. Não é superthymia, grande capacidade, mas makrothymia, enorme capacidade. Como um macromercado é maior que um supermercado. O termo alude a uma enorme disposição de sofrer o mal sem revidar. Jesus foi macrotímico: “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Is 53.7).
Tiago orientou seu público: “Chamamos felizes os que suportaram aflições. Ouvistes sobre a paciência (makrothymia) de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu. Porque o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão” (Tg 5.11). Fala-se da paciência de Jó, mas ele não foi paciente, no sentido de passividade de aguentar calado. Queixou-se por todo o livro. Mas manifestou uma enorme capacidade de suportar tudo. Um bom modelo. Há igrejas que se dividem por causa da ira dos crentes, por absoluta falta de makrothymia. Há dissensões na denominação pelo mesmo motivo. Suportar o mal está fora de moda. O negócio é “bateu, levou”. Aliás, um bispo televisivo avisou à Globo, certa vez, que com eles não tinha “essa de dar a outra face”. Com eles era “bateu, levou”.
A ira é pecado, e não virtude. Sua ausência, sim, é virtude. “A ninguém devolvei mal por mal” (Rm 12.17), e “Abençoai os que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis” (Rm 12.14). A troca de ofensas, tão amiúde na liderança evangélica, mormente pela mídia, é uma vergonha para o evangelho. Não parecem santos, mas arruaceiros de bar.
Peçamos graça a Deus para vencermos nossos sentimentos agressivos contra as pessoas, e que sejamos cada vez mais parecidos com Jesus. Caim se irou e matou seu irmão, porque era do Maligno (1Jo 3.12). Jesus pediu perdão pelos inimigos, porque era o Filho de Deus (Lc 23.34). Mais tarde, mostrando que se tornou filho de Deus, Estêvão pediu que seus assassinos fossem perdoados (At 7.60). Os filhos de Deus não se regem pela ira, e com a graça do Senhor a superam. Cultivam o perdão, ao invés de acalentar a ira.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

VACA CADENTE



Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

A notícia é inusitada. Aconteceu em Caratinga, MG: “… uma vaca que pastava subiu no telhado de uma casa construída em uma ladeira e cujo teto fica abaixo do nível da rua. As telhas de amianto não resistiram ao peso do animal, que terminou caindo sobre um homem identificado como João Maria de Souza, de 45 anos, proprietário da casa e que dormia em sua cama no momento do acidente” (O dia, 15.7.13). João morreu, vítima de hemorragia interna e traumatismos múltiplos.
Que coisa! A pessoa dorme em sua casa e uma vaca lhe cai em cima! Raia ao absurdo. Imaginemos anos depois uma pessoa da família comentando com alguém que ignora o fato: “Uma vaca caiu na cama dele!”.
É a vida. Nem todos sofrem acidente deste tipo, mas como há surpresas! Há eventos que desmancham nossos esquemas, e mudam por completo nossa vida. Eu tinha 14 anos de idade quando meu primo Otávio Gomes Coelho me convidou para ir à igreja, onde se convertera há pouco. Fui. A vida mudou naquele dia.
No dia em que Bartimeu se sentou à porta de Jericó para esmolar não presumia que sua vida seria mudada para sempre. Jesus o curaria. Há eventos que não previmos e que causam grande mudança na vida. Por vezes, em uma fração de segundo. Uma pessoa sai para fazer compras e uma bala perdida o acha. Não podemos controlar nossa vida, nem sabemos como será nosso amanhã.
Ter certezas na vida é necessário. Alguns pensadores negam a possibilidade de certeza (ou verdade). O pensador Francis Schaefer ironizou um desses pensadores, que dizia que tudo na vida era acaso, que não há certeza alguma, mas, como gostava de cogumelos, selecionava os que comia. Queria ter certeza de não comeria um venenoso. Céticos e ateus têm dificuldades em viver de acordo com seus pressupostos. Lembro-me, a propósito, de uma professora de Psicologia que tive, e que certa vez declarou: “Não há absolutos!”. Disse-lhe: “Professora, esta afirmação é um absoluto!”.
Voltemos à imprevisibilidade da vida. Tiago criticou gente que faz planos detalhados para sua vida sem levar em conta que ela é imprevisível. “… Não sabeis o que acontecerá no dia de amanhã” (Tg 4.14). A vida não é matemática.
Não sabemos o que nos acontecerá amanhã, mas podemos crer naquele que tem o Amanhã em suas mãos. “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim” (Ap 21.6). Não sei como me será 2014. Nem sei se o verei. Mas sei que a vida está nas mãos Dele. Ele cuidou até hoje. E nada me faz pensar que não cuidará amanhã.
Talvez não me caia uma vaca na cabeça. A vida é imprevisível (um clichê, mas real). Mas Ele é previsível: Ele cuida de quem lhe entrega a vida. Faça isso. Não para evitar vacas cadentes. Para ter segurança. Funciona. A Bíblia diz que funciona. Milhões de fiéis, ao longo da história, comprovam isso.