quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Hoje, 13 de agosto, é o Dia do economista. Mas o que falar do economista?


Redigi algumas linhas em um artigo alusivo a comemoração da Semana do Economista no ano de 2010 que foi publicado em um jornal local na minha cidade natal, Belém do Pará, e depois passou a compor um artigo em um livro de coletâneas analíticas sobre a profissão que organizei chamado “O Economista e a Sociedade”. Transcrevo a seguir parte do que escrevi: “O economista destaca-se no mundo global e instantâneo contemporâneo por sua formação holística. É ao mesmo tempo técnico e Cientista Social. Domina matemática, estatística e econometria tão bem quanto transita pela história, geografia, filosofia, sociologia e política. Vai da dimensão temporal para a espacial com extrema facilidade. Enxerga o global sem perder o olho do particular, e o particular com uma perspectiva global. Discute e interage com questões gerais tão bem quanto é pragmático na resolução de problemas específicos. Atua no setor privado, público ou terceiro setor. É conhecido por ser o profissional da prosperidade, seja no âmbito micro, quando procura melhorar o desempenho das empresas, ou no âmbito macro, quando procura interferir na economia nacional e mundial com objetivo de acelerar o crescimento econômico sustentado. Entretanto, engana-se quem pensa que o Economista é apenas um profissional da riqueza, do dinheiro. Acima de tudo o Economista é o profissional do bem-estar social. É um interprete da sociedade que se coloca também como importante agente de transformação da própria sociedade. Pensa, desta forma, caminhos e alternativas de desenvolvimento de modo que as condições de vida da sociedade como um todo melhore. É o profissional que busca a prosperidade, mas não perde o foco da pobreza, da miséria e do meio-ambiente. Pelo contrário, busca construir uma sociedade mais justa e igualitária, na qual todos tenham acesso às condições básicas de inserção social. É um profissional que pensa o abstrato sem perder a sensibilidade do concreto. Ou seja, ser Economista não é para qualquer um. É fundamental a existência de uma vocação para o exercício da profissão. É, sem dúvida, uma atividade profissional das mais difíceis.”
Dito isto, não poderia fechar este ato sem mencionar a brilhante alusão feita no título de um dos livros do professor Armando Dias Mendes, O Economista e o Ornitorrinco. É isto mesmo, quem já viu um ornitorrinco sabe que se trata de um animal bastante esquisito. Possui pele, pêlos, bico de pato, rabo de castor e patas com membranas. Um relatório publicado pela Revista Nature afirma que se trata de um animal único, que é ao mesmo tempo um réptil, um pássaro e um mamífero. Este é o economista, um profissional volátil que domina diversas ferramentas ao mesmo tempo. Viva o ornitorrinco! Quer dizer, viva o economista!
 

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Analistas do mercado estimam maior inflação em 13 anos

O ultimo Boletim Focus divulgado pelo Banco Central estima uma inflação de 9,32% para o ano de 2015, a maior taxa anual nos últimos 13 anos. Em paralelo as estimativas de mercado já apontam para uma queda de 1,97% no PIB em 2015 e um PIB zero em 2016.
Em relação ao câmbio o Boletim Focus projeta uma Taxa de Câmbio de R$ 3,40 por dólar ao fim do ano. Para o término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio é de R$ 3,50.
A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2015 subiu de US$ 6,40 bilhões para US$ 7,70 bilhões de resultado positivo. Para 2016, a previsão de superávit avançou de US$ 14,79 bilhões para US$ 15 bilhões.

Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil caiu de US$ 66 bilhões para US$ 65 bilhões. Para 2016, a estimativa dos analistas para o aporte permaneceu em US$ 65 bilhões.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Presidente Dilma analisa cortar ministérios!


Em meio à crise fiscal ontem correu a notícia que a Presidente Dilma Rousseff analisa diminuir o número de ministérios. Antes tarde do que nunca. Atualmente existem 38 ministérios no Governo Federal, um exagero. Diria, sem medo de errar, que se de uma “tacada só” fossem extintos 18 ministérios, não sentiríamos a falta deles. Sempre disse que um Estado forte não é um Estado “inchado”, mas com capacidade concreta de intervenção e promoção de políticas públicas!

sábado, 1 de agosto de 2015

Brasil: o país da desigualdade social


Dados recentes da Receita Federal que foram tornados públicos demonstram cabalmente o enorme fosso social que ainda existe na sociedade brasileira, na medida em que menos de 1% dos contribuintes concentram cerca de 30% de toda a riqueza declarada em bens e ativos financeiros.
Chama atenção o dado complementar de que 0,3% dos declarantes de Imposto de Renda no país concentraram, em 2013, 14% da renda total e 21,7% da riqueza, totalizando rendimentos de R$ 298 bilhões e patrimônio de R$ 1,2 trilhão. Isso equivale a uma renda média individual anual de R$ 4,17 milhões e uma riqueza média de R$ 17 milhões por pessoa.
Se adicionarmos a este grupo aqueles com renda mensal acima de 80 salários mínimos, chega-se a 208.158 brasileiros (0,8% dos contribuintes), que respondem sozinhos por 30% da riqueza total declarada à Receita.
A desigualdade social fica também latente quando os dados da Receita Federal explicitam que as camadas mais privilegiadas acabam proporcionalmente pagando menos impostos. Em 2013, do total de rendimentos da faixa que recebe acima de 160 salários mínimo, 35% foram tributados. Na faixa dos que recebem de 3 a 5 salários, por exemplo, mais de 90% da renda foi alvo de pagamento de imposto.
Perpetua-se claramente no país uma inversão tributária na qual sobretaxa-se a produção e o consumo, e muito pouco tributa-se a renda e a riqueza. Desta forma, uma reforma tributária somente será efetiva se conseguir alterar essa assimetria, tornando a tributação sobre o lucro e o patrimônio mais incisiva do que sobre a produção, o consumo e as vendas.