segunda-feira, 30 de maio de 2016

Alguns dados do Mapa da Exclusão Social 2016


Na semana passada a FAPESPA divulgou o Mapa da Exclusão Social 2016. Apesar de o assunto ter tido ampla repercussão na mídia, entendo que os principais pontos não foram devidamente enfatizados. Conforme o estudo, mais de 457 mil pessoas saíram da linha da pobreza no estado do Pará entre 2008 e 2014. Surpreendeu positivamente, na análise dos dados, o fato de que parcela significativa deste movimento decorreu da dinâmica do mercado de trabalho. Neste período, a população ocupada cresceu 6,5%, e a renda, seja da população formal ou informal, cresceu 13,40%. Contudo, foi no setor formal, com um incremento de 35,76% da população ocupada, que houve o maior aumento na renda, de 27,5%.
Adicionalmente, chama atenção o fato de que a maior parte desta mobilidade social (70%) aconteceu no interior do estado, como resultado da dinâmica econômica decorrente de alguns investimentos que aconteceram nos últimos anos.

Esses e outros dados podem ser consultados na página da Fapespa: http://www.fapespa.pa.gov.br/produto/mapas/57 .

domingo, 29 de maio de 2016

A necessidade de reforma de nossa cultura política



Enquanto o Brasil não realizar efetivamente uma verdadeira reforma política o exercício da governabilidade será sempre um desafio muito difícil para qualquer presidente eleito democraticamente.
A cultura que se solidificou no país foi a do fisiologismo descarado, tendo a sociedade não como vítima, mas como cúmplice na medida em que elege e reelege políticos que pautam o seu exercício parlamentar com base nesta prática, em que acompanha passivamente o exercício explícito de negociatas em troca de votos, e em que espera em algum momento a retribuição do voto não com base num exercício ético e efetivo da atividade parlamentar, mas na concessão de algum favor, alguma vantagem ou algum cargo.
Nesse jogo, o parlamento brasileiro ao invés de se pautar no enfrentamento dos desafios da Nação, se pauta no oportunismo momentâneo da cultura fisiologista. Os votos nas casas legislativas não são dados com base em convicções políticas, argumentos técnicos e/ou ideológicos, mas na troca de favores e na concessão de espaços, leia-se cargos.
Obviamente isso tem limite. Assim, quando o Poder Executivo esgota a sua capacidade de concessão, perde a governabilidade e, como consequência, a crise política se instala. Portanto, ao lado da reforma política, e talvez até muito mais importantes, se faz necessária uma reforma ética e moral de nosso parlamento, mas, sobretudo, de nossa cultura política.